terça-feira, 21 de julho de 2015

Cinquenta tons de nada!

Nestes tempos modernos esta cada vez mais difícil entender os relacionamentos humanos. O imediatismo e a superficialidade das relações parecem seguir o padrão de consumo mundial. As pessoas estão consumindo relações como quem troca de roupa. Uma revolução esta acontecendo? É o sinal dos tempos? Vamos pensar um pouco.
            Um fato que não pode ser negado é o de que nossa sociedade está cada vez mais hedonista. Mas o que é o hedonismo? Vamos ao Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Lá está escrito que hedonismo “é cada uma das doutrinas que concordam na determinação do prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral, embora se afastem no momento de explicitar o conteúdo e as características da plena fruição, assim como os meios para obtê-la”. Mais adiante ainda diz que “é a teoria segundo a qual o comportamento animal ou humano é motivado pelo desejo de prazer e pelo evitar o desprazer”. E o que o mundo ao nosso redor nos mostra todos os dias? Prazer. Cinema, televisão, internet são veículos transmissores dessa visão de mundo. Também na literatura o fenômeno tem aparecido em obras de baixa qualidade e de muita apelação midiática. A trilogia “Cinquenta tons de cinza” de E. L. James deu o pontapé inicial na ideia de que uma relação pode ser construída tendo por base o prazer. Não vou discutir a qualidade da obra. Sim, eu li! E é uma droga! Texto pobre e óbvio em todos os sentidos. Prefiro “Lolita” de Vladimir Nabokov, este sim um clássico. Mas lendo os livros percebe-se que tudo está assentado sobre a beleza, os carros caros, os bons empregos, as roupas, o físico dos personagens. Que realidade mais pobre! E podre!
            Contudo, o que mais faz este que voz fala sofrer, é perceber que a autora de “Cinquenta tons de cinza” não errou numa coisa. Ela, sem querer, acertou, vivemos numa sociedade fétida, onde o que vale são as aparências, sejam físicas ou na conta bancária. Onde a fofoca e a maledicência reinam sobre a verdade. Um mundo onde a ideia de Thomas Hobbes de que o “o homem é o lobo do homem” se faz cada vez mais concreta e explícita. As pessoas não querem mais “fazer amor” querem é “trepar” mesmo. Os sex shop que o digam. E nada contra eles! Frequento. A questão aqui é filosófica e de conteúdo.

            O que fazer? Não sei! Talvez o futuro da humanidade seja este mesmo e eu seja um quarentão ultrapassado que ainda percebe a beleza no amor. Quem sabe? O fato é que não sou tão otimista. O mundo precisa de mais poesia e de menos maldade. O mundo precisa de tanta coisa. Mas tanta coisa. Que já não sei se somos capazes de dar. Talvez a cor do futuro seja Cinquenta tons de Nada!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Navegando...


O que é o amor?
Pergunta difícil...
Questão insondável...
O fato é que quando te conheci
todas as respostas esqueci...

Tudo para mim era tão certo
Tudo tão tédio...
Todos os caminhos por mim traçados
já haviam sido decorados. Tédio.
Todos os mapas já tinham um X, já sabia o caminho, procurava sem carinho... Qual o sentido de procurar?
Tédio...
Caiu o GPS do meu coração...
Me perdi num turbilhão de coisas desejadas.
Mas adormecidas.

E você não tem nada de Bela Adormecida.
Tem é de Gata Fogosa!
Meu coração arde em chamas...
Arde de paixão...
Minha alma respira desejo...
Para onde meu eu navega já não me interessa.
Interessa é viver isso tudo
Interessa é sonhar...

Marcelo Etche.