segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Um manifesto pela mudança...

 


Um manifesto pela mudança...

Marcelo Etcheverria.

Mestre em História pela UFRGS.

         As eleições municipais são as mais interessantes e apaixonantes. Isso ocorre porque os candidatos estão todos próximos e os eleitos são alvo da cobrança direta por parte dos eleitores. Não ficam escondidos lá em Brasília ou em Porto Alegre longe do olhar e da crítica dos eleitores. As eleições municipais são praticamente um plebiscito. Um sim ou não.

            Um plebiscito. É assim que devem ser encaradas as eleições municipais. O plebiscito nasceu na Roma antiga. Era uma consulta a Plebe. Segundo o Dicionário Houaiss, plebiscito é uma “consulta sobre questão específica, feita diretamente ao povo, expressa por meio de votação do tipo sim ou não”. Então, no dia 15 de novembro, dia no qual se comemora a proclamação da República, vamos dar um sim ou não para o que está aí. Sendo assim, perguntas importantes devem estar na cabeça do eleitor na hora sagrada do voto: foi cumprido o que foi prometido? Como está o município na área da educação? Na área do saneamento? Como andam nossas estradas? A população é bem atendida na prefeitura? O prefeito esteve sempre ali presente na gestão dos problemas do município? São questões fundamentais a serem pensadas pelo eleitor na hora do voto.

            Como um professor que observa as coisas de longe posso falar sobre a educação. E aqui não estou falando de a ou b na gestão municipal. Até porque os secretários seguem uma normativa que vem de cima. Que vem da chefia. Mas o que o que se pode afirmar com todas as letras é que a educação foi muito mal gerenciada no nosso município. Podemos mais! Podemos muito mais! E é gestão que está faltando! Cito um exemplo: quase 400 mil reais saem da verba da educação para construção de um centro comunitário. Pode isso? Nossas escolas estão tão bem assim para não precisar desse dinheiro? Todos os alunos tem internet? Todas têm computadores para oferecer para os alunos? Quadras de esportes apropriadas? A posição de nossas escolas em exames de avaliação externa é nota dez? Ah mas o bairro queria um centro comunitário... Prioridades e gestão. Uma escola com uma quadra interditada outra sem uma quadra. Uma escola com alunos sem computador e acesso a internet. E o importante é o centro comunitário... As tais prioridades... Isso que nem falei em eleições nas escolas para escolha dos diretores, do 1/3 de horas para os professores prepararem suas aulas (conquista já garantida em lei Federal e Estadual). Escolhas... Tudo são escolhas...

            Poderia falar de tanta coisa. Do asfalto em cima de estrada boa e da falta de asfalto nas colônias. Mas o espaço é curto e quem deve pensar é você eleitor. O sim ou não pela continuidade é teu! E como meus leitores sabem que nunca fujo da questão, eu já adianto que meu voto vai para a mudança. Precisamos de ousadia! Precisamos de novas ideias! Precisamos da novidade!

sexta-feira, 17 de julho de 2020

A mulher...





A mulher...

A mulher que observo,
submersa em seus sonhos.
Reservo meus mais loucos desejos...
A espreito de longe...
Como um suspeito...
Meu único pecado,
meu único crime,
é o desejo...


segunda-feira, 13 de julho de 2020

A bunda...




A bunda...
A bunda inspira,
transpira emoções,
Paixões...
Visões...
Das tuas curvas
feitas por Deus,
só o diabo entende...
Nestas linhas sinuosas
me perco...
E nem quero me encontrar...
Só quero nadar...
A bunda enlouquece quem vê...
A bunda endoidece quem toca...
Por isso, estou e sou louco...
Da tua bunda,
só desejo,
de acariciar,
de amar...

Marcelo Etcheverria.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Ensino na pandemia, pandemia no ensino...


Ensino na pandemia, pandemia no ensino...

Marcelo Etcheverria.

Mestre em História pela UFRGS.

         A pandemia causada pelo vírus Covid – 19 transformou e está mudando o mundo. Colocou contra a parede teorias e projetos de vida. Que o digam os defensores dos projetos neoliberais. E aqueles apegados ao mundo material e que agora se deparam com a morte a cada esquina. E ficam pensando no que poderia ter sido se... Mas hoje vamos falar do ensino. Afinal, ensino também envolve projetos. E projetar é lançar. E a pandemia nos colocou diante das seguintes perguntas: lançar para onde? Lançar para quê? É. As escolas foram pegas “de giz na mão”.

            No resto do mundo, a data foi diferente, mas no Brasil, foi num 19 de março de 2020. Nesse dia a “Terra parou”. Diante da foice da morte, as escolas, as universidades, fecharam as suas portas. Tudo para evitar o caos. E o caos trazido pela pandemia mostrou a triste realidade do ensino no Brasil. Nada que já não se soubesse, mas a verdade é que muitos não acreditavam. As disparidades são enormes no nosso país. E quais são estas diferenças? Ela envolve o público e o privado. Os que têm e os que não têm. E essas discrepâncias não estão restritas somente aos alunos, chegam aos professores também.

            Aulas online ou EAD foram as palavras chave durante a pandemia. Como ensinar a distância? Não vou falar do ensino privado porque bem ou mal ele está funcionando. Claro que também enfrenta os seus desafios. Mas estes são de longe mais amenos que os obstáculos da rede pública. Já na rede pública, os problemas se amontoaram aos milhões. E falo pelo meu estado, o Rio Grande do Sul. Quais problemas? A miséria de uma parte da população, a falta de acesso a internet, a falta de computadores e de smartphones por parte de grande parte dos estudantes gaúchos, a falta de treinamento por parte dos professores, o completo descolamento dos professores para com a realidade do mundo virtual (Zoom, Google classroom e outros). Baixar um arquivo ou fazer uma reunião em grupo no whatsapp viraram tarefas hercúleas. Numa reportagem da rádio Gaúcha uma professora disse chorando que foi uma aluna que a ensinou a fazer uma reunião em grupo pelo whatsapp.

            Todos estes problemas seriam amenizados se realmente o Estado (lembro que a população faz parte do Estado) valorizasse o ensino, a educação. Quando os professores fazem greve por melhores condições de ensino e de salários, a população não acompanha, pelo contrário, os educadores são chamados de “vagabundos”, “que tem dois meses de férias”, que “se não gostam que larguem o emprego”. Essas são as citações mais amenas que encontrei. O que quero dizer é que a culpa não é somente dos governantes. Nosso povo também é culpado pela própria ignorância. Afinal, não vivemos numa ditadura. Esse maluco que nos governa não caiu do céu! Foi eleito!

            Escolhas, caro leitor. O mundo é feito delas. O mundo que está aí é frutos dos caminhos escolhidos. Alguns dão no mar, outros terminam em precipícios. Já está mais do que na hora de aprender com isso. Um centro comunitário ou uma escola com tudo que tem de melhor? Internet gratuita no bairro ou festa na praça? Professores qualificados ou asfalto? Aqui lembro da música da banda Titãs : “A gente não quer só comida, quer comida diversão e arte... Bebida é água, comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?”. E você que me lê, tem fome e sede de quê? Da fome do maldito vírus a gente já sabe. E a tua?



 

 

 

        

          

        

        


domingo, 10 de maio de 2020

O monstro que nos corrói...


O monstro que nos corrói...
Marcelo Etcheverria
Mestre em História pela UFRGS.
Todos os meus leitores sabem da minha postura política, nunca a escondi. E todos sabem do meu apreço pelos valores democráticos e pelo livre debate de ideias. Amo essa “coisa” criada pelos gregos chamada democracia e é em nome dela que hoje escrevo. A democracia esta sendo atacada. Não por um vírus, mas por um monstro que a tudo corrói.
Eleito o monstro, num contexto turbulento e pessimamente explicado, em 2018, nada disse. Resultado das urnas não se contesta. Mas o vencedor já começou cantando uma mentira aos quatro cantos: “a maioria me escolheu” disse o monstro. Ledo engano, no caso do monstro, engodo. Juntando os votos do adversário, mais os anulados e abstenções, o monstro ficou longe de ser uma unanimidade. Mas vá lá, venceu. Mas qual é o papel de um vencedor? Os mais apressados dirão que é implantar o seu projeto. Os mais inteligentes, diante do contexto da eleição, dirão que é o de unir. O que fez o monstro? Preferiu dividir... Dividir apostando no quê? No ódio que a tudo corrói...
E assim seguiu o monstro. Aprovou uma reforma da previdência que minou as conquistas dos trabalhadores, fez homenagens enlouquecidas à ditadura militar, atacou as minorias, a arte. Lançou seu olhar mesquinho e pobre sobre tudo que de bom existe neste país. Índio virou sinal de vergonha! Negro virou sinal de vergonha! Homossexual virou sinal de vergonha! Feminismo virou sinal de vergonha! O que foge ao gosto do líder é vergonha! E esta visão de mundo semeou o ódio e a discórdia entre nós. E pior, semeou a insanidade, a loucura. E veio 2020...
O ano de 2020 começou sob a égide do coronavírus. Iniciou na China e pelo mundo se espalhou. Nosso monstro começou negando, dizendo que era “só uma gripezinha”. E veio a pandemia. Diante dela, o monstro debochou, retirou um bom ministro da saúde e acusou os chineses pela crise. Mentindo, obviamente. Afinal, o desemprego e a crise econômica já eram fato em 2019. Mas o ser perverso continuou a semear a discórdia: desobedeceu as regras da OMS, fez comício e, inclusive atacou a própria democracia que o elegeu. E os mortos foram se acumulando. E, como todo ser nojento e demoníaco, diante da realidade, da verdade, resolveu colocar a culpa nos outros (prefeitos, governadores). E o monstro, diante das mortes profetizou: “E daí?”.
Hoje estamos diante de uma crise que já mudou o mundo. E no Brasil temos um monstro apegado, arraigado a um passado que é fruto de uma loucura que é só dele. O mundo mudou, o Brasil está mudando... E o monstro? Semeando a discórdia. O comércio nunca mais será o mesmo, a educação nunca mais será a mesma, as fronteiras nunca mais serão as mesmas, as relações nunca mais serão as mesmas... Nada será como antes... Ou aprendemos com isso, ou seguimos com o monstro, com o líder... Direto para o abismo...