segunda-feira, 18 de junho de 2012

O amor...


                                                        





   O Amor...

Neste ano, tanta coisas agitaram minha cabeça, mexeram comigo que numa das minhas muitas paradas, sozinho (que saudades da minha analista!), para refletir sobre minha existência, sobre a minha passagem pela terra, acabei por me dar conta que nunca havia escrito nada que falasse sobre o amor. Sobre meus amores.
O cantor e poeta Djavan escreveu, certa vez, que “o amor é como um raio, galopando em disparada, cobre vales, cobre rios...”. O amor é mesmo assim, ele não pede para entrar em nossos corações. Já chega arrombando a porta, feito um ocupante do MST, e quando nos damos conta, estamos possuídos por este maravilhoso e revolucionário sentimento. O amor é revolucionário porque é libertário.
Platão também associou o amor ao galope fulminante de cavalos. Segundo ele “cada um escolhe o amor segundo o seu caráter e como consideram o objeto escolhido uma espécie de imagem da divindade, erigem-lhe uma estátua no coração, com o fito de o adorar e de lhe prestar um culto secreto”. O filósofo também diz que quando amamos procuramos mostrar o nosso melhor para a pessoa amada. Escondemos nossos defeitos, nossas idiossincrasias e só mostramos o que é belo em nossas almas. É, os amantes são assim, dois deuses perfeitos, sem defeitos que vivem em um mundo que é só deles.
Mas, a grande verdade, é que possuímos muitos defeitos. E o convívio no dia-a-dia trata de despir os amantes de suas fantasias de deuses. Aí nos mostramos falhos em todos os sentidos. Somos mal-humorados, egoístas, mesquinhos. A tal ponto que não reconhecemos mais nosso objeto de amor. Daí vem as brigas, os desencontros, os descaminhos, as decepções.
O amor é mesmo complicado. Porque complexa é a alma humana! Amar muitas vezes dói, machuca, marca a gente de uma forma. Faz uma cicatriz tão grande que ela fica lá tatuada, para sempre, no fundo do coração. Mas, se amar é tão complicado, por que continuamos insistindo neste sentimento tão confuso?
A primeira resposta que me vem à cabeça não é uma resposta é uma metáfora! Ela foi contada por Wood Allen, ator e cineasta americano, no fantástico filme “Noivo neurótico, noiva nervosa”. É um filme da década de 70. Filme “antigo” como diriam meus alunos! No final do filme, o personagem principal, depois de muitas aventuras e decepções amorosas, depois de muito procurar o seu par e não achar finaliza a história com uma piada. Na piada um paciente chega para o seu analista e diz que está preocupado com o seu irmão. O analista questiona o paciente sobre qual é o problema do irmão? O paciente diz que o irmão está dizendo que é uma galinha! Prontamente o analista diz para o paciente que é para ele trazer o irmão no consultório que ele curará o problema numa só sessão. O paciente diz que não vai fazer isso. E o analista, surpreso, pergunta por que? O paciente responde curto e grosso: “é que eu preciso dos ovos!”.
Amar é assim mesmo! Muitas vezes nos decepcionamos. Muitas vezes causamos decepções e tristezas. Muitas vezes dizemos que nunca mais amaremos. Mas a grande verdade é que precisamos dos ovos! Precisamos amar! Necessitamos do amor! Amor é alegria! Como dizia Tom Jobim: “O amor só é triste quando acaba”.

                                                                Marcelo Etcheverria.

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